29 junho 2006

A Madrinha


















- Quando me casar quero que sejas minha madrinha!
- Sério? Claro que serei!
- Pode ser à Espanhola?
- És tão engraçadinho... (risos)


Passaram 20 anos desde o dia em que fizemos a promessa de jamais nos separarmos. Creio que teriamos 8 anos quando nos conhecemos tu e eu e 12 quando fizemos o pacto.
Lembras-te quando ficávamos todos vaidosos por nos perguntarem se eramos irmãos?
E os nossos segredos? Aqueles que até hoje temos guardados...
Nunca me vou esquecer do dia em que soube que ias ser Pai, foi no dia do meu aniversário, fazia então 18 anos... a tua Mãe ligou-me, pediu-me que fosse eu a dizer-te, ela não era capaz... lembras-te? eu a dizer-te: vais ser Pai, tu a sorrires a pensar que brincava contigo, eu com os olhos bem abertos a fixar os teus, tu a perceberes que não era brincadeira, tu confuso... a voz a embargar-se... os olhos a ficarem rasos de água e o nosso abraço...
A vida não foi propriamente o que planeámos durante aquelas noites de Verão em que sonhavamos sentados no banco de jardim em frente à minha casa e olhavamos as estrelas... queriamos ter bons empregos, eu ser professora, queriamos ter muitos filhos, eu não ficava bem com menos de 3, tinham que ser 3! Tu rias-te da minha determinação, queriamos casas grandes com animais, que nunca pudémos ter, queriamos tudo, o mundo era nosso!

Agora que vais casar, que a vida não foi o sonho sonhado em tempos passados, mas de que também não nos podemos queixar... convidaste-me para jantar, nada de anormal, fazemo-lo várias vezes, só que desta vez foi diferente... seguraste-me a mão e disseste-me és linda... Obrigado por nunca me teres abandonado... até me assustei! Quero muito que sejas minha madrinha agora que vou casar... desejo muito que estejas ao meu lado, que dances comigo...
lembras-te de quando contemplavamos juntos o céu à noite? Lembras-te das estrelas? O céu hoje já não é assim pois não?

imagem: images.com

20 junho 2006

os dois pratos da balança
























Ainda a propósito da conversa que tive contigo... porque nos deixamos levar, eu, tu... até determinado ponto que sabemos de antemão não estar a ser o melhor. Em que momento se dá essa ligação, em que momento a devemos cortar...

"... foi assim que sem querer, sem intencionalidade de tal, decidiu naquele dia mudar o rumo da sua vida.
Não se pode dizer que não houve interferências... a "massa" que nos rodeia acaba sempre por interferir nas nossas vidas, nas nossas escolhas, mesmo sem que nos apercebamos disso, acabamos muitas das vezes por fazer o "socialmente correcto".
Ele ainda tentou ir contra o que os outros consideram correcto, quis dar asas à sua imaginação e desejos recondidos, os mais escondidos... mas sem coragem de correr, rodopiar, se perder... talvez com medo de nunca mais se encontar, decidiu seguir de olhos abertos, coração a bater, com receio de algum encontro inesperado, "lutou" como um valente para conseguir fazer o que não tinha vontade, para seguir o que se tinha imposto e perdeu a possibilidade de conhecer e se dar a conhecer, perdeu-a também a ela, não sei se para todo o sempre, afinal é muito tempo... ela fez o que o coração ou razão mandou, enfrentou todos e disse "... eu fiz assim... está mal? pois está! mas não o conseguiria fazer de outra forma...", seguiu o seu caminho, não sabe o que vai encontrar à frente, não sabe por quanto tempo mais vai esperá-lo com vontade, mas hoje não se sente tão mal, como em tempos se sentiu e acha mesmo que estão predistinados um ao outro, talvez não agora, não aqui... ou talvez amanhã..."

imagem: images.com

01 junho 2006

Aniversario









Sempre adorei os meus aniversários...
Festas das boas, grandes, casa cheia de gente...
Ter ao pé de mim todos os que amo, foi sempre tão importante...
Curioso, como as coisas tão importantes durante 3 décadas da nossa vida, podem deixar de ter importância num só dia...
Nunca chorei de tristeza na véspera do meu aniversário... a véspera era sempre o melhor da festa que é antes de começar...
Hoje gostaria de esquecer que amanhã é aquele dia que durante 3 décadas teve tanta importância para mim...
Gostava muito de adormecer e acordar daqui a uns dias, mas não ter que passar por amanhã...