10 setembro 2007

O amor...


"Namoram" desde os dois anos. Desde que aprendeu a falar que me lembro de ouvir dizer que a I. era sua namorada.
Mudaram de escola. A I. primeiro e ele no ano seguinte. A separação foi difícil, sofreram ambos com a distância que travaram.
Um dia recebo um telefonema, era a Mãe da I., perguntou se não seria possível promover um encontro entre eles, tipo visitarem-se em casa um do outro. Dizia-me a Mãe dela, que sabia que a filha sofria, mas em silêncio. A Mãe da I. ainda adiantou que ela quando se sentia mais triste calçava umas meias do G. que uma vez trouxe cá de casa.
Concordei inteiramente com ela, sentia o meu filho triste, embora não verbalizasse.
A I. pediu à Mãe para falar com G. (meu filho) ao telefone. Adianto, que tendo eles apenas 5 anos (com 10 dias de diferença), foi um momento no mínimo intenso... A I. do outro lado só conseguiu verbalizar: "Tenho tantas saudades tuas... gosto tanto de ti..." - Deste lado, vi um menino com os olhos rasos de água... eu, saí do quarto, achei o momento demasiadamente íntimo, para que ali permanecesse.

Por essa altura a juntar à separação de ambos, havia também a separação dos Pais, que tinha sido recente. A data da separação dos pais da I. coincidiu com a minha com o Pai do G.

No ano seguinte ficaram juntos finalmente. Na mesma escola e sala.

Ontem disse-me que queria oferecer uma prenda à I., embora não sendo o seu aniversário, disse-me que tinha vontade de lhe dar algo.
Eu que tinha comprado uns ganchos todos "In" para mim, perguntei se queria oferecê-los à I., que depois comprava outros. Olhou-os e disse-me:
- Não a I. não vai gostar! Não!
- Porquê? são giros!
- Ela não usa ganchos! Não é vaidosa como tu!
- Desculpa...?
- Sim... não é assim como tu, tás a ver Mãe...
- Por acaso não... mas tá bem... só pensei... como também têm cabelo comprido...
- Pois... Não!
- Ok! Ok!
- O que queres dar então?
- Um anel!
- Um anel?!
- Ó Mãe... tu não ouves bem pois não?
- G!!!!!

Com todo este amor, são com toda a certeza merecedores de dar e receber o tal anel que vamos comprar amanhã...
Para eles, os meus beijos, abraços e aplausos... é que eu já me havia esquecido de amores assim...
sem dúvida que a maior dádiva da minha vida foi ter o meu filho... ele ensina-me tanta coisa...