10 maio 2006
Cronica de um casamento falhado
No dia em que partiram rumo a umas férias e a um País não distante, partiram com a felicidade que parte quem se ama e quer casar. Apesar de viverem juntos há alguns meses o seu desejo de oficializar a relação era grande. Na impossibilidade de o fazerem no seu país, decidiram fazê-lo num próximo, a lembrar o estilo John Lenon e a Yoko.
Quando lá chegaram perceberam que teriam de lá ficar pelo menos 4 dias... naquele dia (sábado) já não poderiam casar, Domingo não se realizavam, segunda era feriado... teriam de adiar para terça.
O que rodeava Gibraltar, não era nada bonito, mas mesmo assim decidiram ficar.
Na volta quando regressam ao carro, percebem que ele não anda, fazia um ruído estranho... carro avariado é complicado... noutro país pior ainda... depois havia a siesta que é quase a tarde toda... a temperatura devia rondar uns 30 e tal graus, eles não dormiam há pelo menos 24 horas, a viagem tinha sido feita de noite e a condução alternada por um e outro, embora tenha sido ele quem mais conduziu, como bons "penduras", nunca dormiram, sempre na conversa o caminho todo enquanto ouviam GNR... começam então os telefonemas, assistência em viagem, assistência para tudo e mais alguma coisa.
Mandam os ir para Algeciras, pertinho... 500 metros e procurar uma oficina, que lá lhes daria assistência (convém adiantar que Algeciras é das cidades em que mais carros são roubados), quando lá chegados deparam-se com um barracão e um toxicodepente com um ar bastante duvidoso, completamente picado em tudo o que era espaço nos braços... desde logo lhes disse que tinha sido o motor de arranque que tinha ido à vida, que só conseguiria ter outro na terça-feira, aquela marca de automóveis não era muito comum lá pela terra e eles Domingo estavam fechados... disse-lhes que lá teriam de deixar o carro até terça e aproveitarem para conhecer a cidade a pé ou de táxi... ela recusou e sugeriu que se fossem embora, mesmo sem motor de arranque... depois de muito discutirem o assunto, decidiram fazer a viagem de regresso sem o tal motor e que era inviável esperar até terça-feira sem carro numa terra daquelas, para isso só seria preciso pôr o carro a andar... isso é fácil adiantou ele, fazemos como até aqui fizemos, tu engatas o carro metes a segunda, pé a fundo na embriagem e eu empurro, quando o carro pegar tu largas a embriagem e aceleras, o que achas? Boa! disse ela, então vamos embora que eu já não posso mais... durante a longa viagem que se avizinhou ela perguntou-se porque teria o motor que ter avariado precisamente no dia em que decidiram casar? Porquê depois de tão boa vontade de ambos, nem uma oficina de jeito conseguiram encontrar? Porquê isto tinha de acontecer logo numa das cidades em que roubam mais automóveis? Parecia o Destino a dizer-lhe não te cases! Pela segunda vez tentaram e não conseguiram... estiveram quase lá... depois dessa tentativa ainda se seguiu outra, mas dessa vez foi pior, morreu uma pessoa o que impediu que o casamento ou a vontade de casar acontecesse. Ela pensou, nunca vou casar com este homem... Irra que isto dá-me azar!
Hoje passados 10 anos estão separados... dirão então vocês, foi melhor assim!
Digo eu... foi uma pena não terem casado, mesmo que depois se tivessem divorciado... nem tudo é para toda a vida, mas os sonhos... ahhh... os sonhos, esses fazem parte de nós e é uma pena quando não conseguimos realizá-los...
imagem: images.com
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14 comentários:
Já ouvi esta história mais de uma vez e consigo rir sempre com a “vossa desgraça…”
Mas esta história contada ao vivo por ti é absolutamente hilariante. Consegues rir ainda mais e divertir-te com tudo o que aconteceu. Contas as peripécias de uma forma tão realista que quase transportas os outros para Gibraltar para te ajudarem a empurrar o carro para fora do casamento…
Talvez tenha sido mesmo o destino, disfarçado de motor de arranque que não te deixou casar!
Deixa lá, é apenas um papel, que por vezes obriga a outros papeis mais complicados…
No fundo o importante são as relações entre as pessoas, não os papeis que assinam…
Beijos
É bom sentir que o amor é eterno.
Temos direito a isso, pelo menos enquanto ele dura! Conseguir a eternidade, nem que por breves momentos, é tão enriquecedor, tão mágico!
Acho que toda a gente devia ter acesso a esse sentimento!!!!
O que não tem de acontecer, não acontece...espero, do fundo do coração, que à terceira seja de vez!!!
Beijos!
Se não aconteceu foi porque não tinha de acontecer... Mas ambém... 10 anos é uma vida! Com ou sem casamento, conseguiram ser um do outro durante 10 anos! Quem sabe, talvez se tivessem casado não tivesse durado tanto. Temos de viver o hoje! E, sim, manter SEMPRE os sonhos.
Felicidades.
Bom final de semana minha querida :)
Mas que história, bom fim de semana...
és capaz de ter razão!
Coisas da vida!
Um beijo
Luis
sim, o texto vim aqui buscá-lo... (mas está devidamente linkado!)
:)
Vi que me acrescentaste aos teus links.
É bom saber-te presença frequente.
Estranho conforto este...
Um beijo
Olá,
Ao ler é engraçdo toda aventura,agora no real é outra coisa:))
Eu tb já vim com o carro desde Algeciras com problemas que raiva....
Um beijo grande
Isa
temos que tentar sempre realizar os nossos sonhos, sob pena de passarmos ao largo de uma grande vida...
besitos
Gostei do seu blog. Posso adicionar o link no nosso acabado de lançar?
Há sempre tanta encenação que se pode fazer sobre a vida, não é Stela? :-)
Beijinho grande
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