06 março 2007

Herrar é umano...?















Sei que errar é humano... e quando erramos com os nossos filhos?

Quando fiquei grávida, o sentimento foi estranho, era como se não fosse possível... nunca antes tinha estado grávida e imaginei que fosse sentir algo. Não sentia nada... estava como ontem. Acreditei no resultado da análise quando fiz a ecografia e ouvi o teu coração bater. Desde esse instante a minha vida mudou, certamente que mudou também para o Pai.
Durante a gravidez, fiz tudo, o que é suposto e bom uma grávida fazer, o único senão foi ter trabalhado demais e até ao último dia.
Li tudo o que havia, acompanhei o crescimento da minha barriga pelos livros, contava as semanas, "punha-te" a ouvir música... embora ainda não te tivesse visto (não era preciso), tu eras "meu"! Senti o que ouvi toda a vida as Mães dizerem, que daria a minha vida por ti, sem pestanejar.
Nasceste, o sentimento é indescritível, sabem os que o vivenciaram, não vale a pena, nem dá para explicar... foste crescendo, com todas as dúvidas tuas e certamente muitas nossas.
Ficámos "sozinhos" os dois... os erros que possa cometer, já não são divididos a dois, mas individualmente, às vezes fazia falta lá o Pai, tenho que confessar que sim... o teu manual de instruções não me foi entregue, devem tê-lo perdido algures e eu não sou perfeita...
Há dias atrás, não te soube compreender, senti-me magoada... a vida às vezes não ajuda, nem todos os dias estamos bem, nem todos os dias compreendemos, nem todos os dias conseguimos o que nos propomos... não é preciso chapada, nem palmada para doer... e a nossa troca de palavras doeu mais... a mim doeu mais do que qualquer tareia que me pudessem dar... senti-me tão... senti o chão a fugir e tu a ires com ele... deve ser por te amar tanto, por te querer tanto...
Já conversámos longamente sobre isso, explicámos a nossa reacção e porquê... tu no auge dos teus 8 anos e eu nos meus 32, reduzindo-lhe alguns (os que me foram possíveis), para chegar à tua idade... Já me pediste desculpa, eu já te pedi perdão... mas contínuo com aquela sensação de erro, que errei, falhei, esqueci-me na altura, porque fiquei ferida, que só tens 8 anos... se calhar estou a exagerar, esta mania de querer ser perfeita, faz sofrer...
A Mãe anda tentar perdoar-se...
enquanto isso espero que me perdoes...

01 março 2007

Parabéns Mãe!












Não nasci numa família tradicional, ou melhor nasci, mas não cresci...
Fui educada por 3 mulheres, numa casa em que eu era a quarta.
Quatro gerações de mulheres, todas diferentes, todas muito parecidas.
Quando tinha 10 anos, a matriarca da família morreu, a minha Bisavó, dando assim lugar à sua sucessora, a minha Avó, tão amada.
Engraçado que até os lugares que ocupavam no sofá e à mesa foram alterados, passando a minha Avó a ocupar o lugar da minha Bisavó.
Não éramos "vulgares" por assim dizer. Não éramos fechadas e a nossa casa apesar de lá viverem só mulheres, era uma porta aberta a amigos.
Os Aniversários eram do melhor, talvez por isso sempre tenha adorado fazer anos. Os Natais eram como já relatei noutro post, cheios de amigos, que se juntavam lá em casa.
A minha Mãe tinha uma relação tão boa com os meus amigos, que eles chegavam a passar serões com ela mesmo eu não estando. Sempre que ía para a Praia, enchia o carro com amigos meus, que adoravam a companhia dela.
Foi convidada para o casamento de todos eles.
Como em todas as relações, a minha com a minha Mãe, nem sempre foi fácil, temos pontos muito parecidos e outros discordantes.
Com os anos mudámos. Valorizámos e verbalizámos coisas que antes não haviamos feito.
Engraçado que como Mãe e fiha, não temos segredos... se tenho um namorado conto. Quando vamos jantar fora as duas, falo-lhe do que sinto, a minha Mãe aceita sempre, alertando de uma forma "soft", para isto ou para aquilo, não é controladora. Acho que de facto, pensando bem, sempre confiou muito em mim, desde pequena.
Hoje e sempre tenho um imenso orgulho da minha Mãe. Exemplo vivo para mim de mulher que lutou a maior parte do tempo sozinha, mantendo os seus principios. Independente, decidida, não faz ideia do quanto eu também me preocupo com ela...
Hoje faz anos...
Hoje (e sempre), só quero dizer que te Amo, pilar da minha vida...