30 novembro 2006
Vidas...
Um dia alguém me contou esta história,
"Eu já fui assim, sabia?
Jovem, bonita... tinha o mundo a meus pés... e sabe o que fiz? desperdicei tudo em busca de um grande amor, amor esse que nunca chegava.
Queria sempre mais!
Hoje... olhe para mim!
Como me vê?
Sozinha, sem ninguém. Hoje já não sou jovem como a menina, hoje já não tenho o mundo a meus pés.
Não seja tão exigente... desculpe mas parece-me que é muito exigente consigo. Tente não cometer o mesmo erro.
Olhe para dentro das pessoas e deixe lá as paixões assolapadas, que essas passam a correr e depois não fica nada... acredite menina que não fica!
Nunca me hei-de esquecer de um namorado que tive, depois do meu divórcio.
Acredita menina, já passaram 25 anos e por vezes ainda sonho com ele? Parece-lhe doença? ahahaha... não! É remorsos!
Naquela altura a minha vida era muito difícil, o meu ex-marido, não dava nada para o filho. Não é como agora que vocês vão a um advogado, depois vão para tribunal e eles são obrigados a pagar. Naquela altura, as Mães que se amanhassem com o que tinham, que os tribunais, não queriam saber disso para nada, se fosse preciso ainda nos diziam alguma.
Conheci o P. no grupo de amigos que tinha.
Era encantador, ternurento, o melhor homem que conheci até hoje... entendia tudo... e sabe? ele foi meu!
Ele não tinha muito dinheiro, trabalhava mas ganhava mal. Queria ajudar-me a todo o custo, mas financeiramente não podia. Então tive que ir trabalhar à noite para ganhar mais algum dinheiro... não! não era prostituição! Foi uma amiga que me arranjou um trabalho numa discoteca que na altura era das mais badaladas. Claro que tive homens a meterem-se comigo, mas era um sítio decente. Eu era bonita. A farda era uma mini saia preta e uma camisa branca. Estava sempre linda!
Por isso lhe digo, a gente só não faz o que não quer. Eu não percebia nada daquilo, mas depressa aprendi, como se tirava uma imperial, como se preparava um martini...
Quando tive que dizer ao P. que iria trabalhar à noite para uma discoteca, tive medo da reacção. Foi então que ele me disse: "Meu amor, eu gostava que não fosse preciso. Gostava de te poder ajudar, mas não posso. Posso é ajudar-te de outras formas..."
Foi então que ele passou a ficar com o meu filho enquanto eu ía trabalhar, muitas vezes até o ía buscar à escola e fazia-lhe o jantar. Outras vezes quando a minha irmã podia ficar com o menino, então lá ía ele buscar-me para eu não vir sozinha a umas horas daquelas.
Mas sabe menina, eu na altura não lhe dava valor. Hoje penso como é que isso foi possível?! Eu que tinha passado as passinhas do algarve com o meu ex-marido, que era reles como tudo e mesmo assim não consegui ver o tesouro que me estavam a dar...
Entretanto na tal discoteca conheço um homem.
Bonito. Bem falante e acima de tudo (devia dizer abaixo) aquilo que o P. era.
Hoje sei que foi o Diabo a tentar-me...
Apaixonei-me por ele. Perdi-me. Iludi-me.
Depois de conhecer o Z. fiquei encantada com ele. Cheio de charme, roupa boa, bem cheiroso.
Até me esqueci do P., devo ter achado, que ele era um santo e andava a cumprir a sua missão na terra que era ajudar-me... eu fui tão parva, tão egoísta...
Nós vamos sempre atrás dos que não prestam...
por causa dele deixei o homem com quem sonho há 25 anos...
Comigo, para além da mágoa ficou uma lembrança especial que me recorda sempre quem fui, uma imagem que me há-de acompanhar a vida inteira...
Nessa altura já eu andava de cabeça virada com o outro... cheguei a casa tarde como sempre... estavam então o P. e o meu filho a dormir no sofá... tinham adormecido. Em cima da mesa, estava um bolo. O menino estava deitado com a cabeça no colo dele... ao lado deles estava aquele desenho que está ali na parede. Consegue vê-lo? Vou buscá-lo... leia...
"Mãe, fizemos um bolo para ti. Vai descansar! Amamos-te!"
Foi a última vez que o vi...
Percebe porque lhe digo que das paixões assolapadas não fica nada? não?
O P. ficou para sempre, porque me deu o que de melhor tinha e eu amava-o. Ao contrário do Z. que um dia deixou de me encantar.
Desculpe as minhas lágrimas, mas não consigo recordar isto sem chorar.
As lágrimas saiem-me sem pedir licença..."
P.S. Quando me recordo desta história, uma frase feita vêm-me sempre à ideia.
"Nunca troques quem Amas por quem gostas, porque um dia quem gostas trocar-te-á por quem Ama..."
imagem: images.com
29 novembro 2006
Porque...
27 novembro 2006
Destino...
No pouco tempo que tenho tido, entre folhas e papéis, encontrei o meu livro, o "Alquimista" do Paulo Coelho que pensava ter perdido.
Voltei a ler-lhe algumas partes.
Reli os meus sublinhados.
Entre o que tinha sublinhado, esta foi a uma das primeiras frases que li ao desfolhá-lo.
"Em determinado momento da nossa existência, perdemos o controlo das nossas vidas, e ela passa a ser governada pelo destino. Esta é a maior mentira do mundo."
"Alquimista"
17 novembro 2006
O Primeiro Amor
"Eles são duas crianças a viver esperanças, a saber sorrir.
Ela tem cabelos louros, ele tem tesouros para repartir.
Numa outra brincadeira passam mesmo à beira sempre sem falar.
...
Foram juntos outro dia, como por magia, no autocarro, em pé.
Ele lá lhe disse, a medo: "O meu nome é Pedro e o teu qual é?"
Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: "Sou a Cinderela".
Quando a noite o envolveu ele adormeceu e sonhou com ela...
....
E agora, nos recreios, dão os seus passeios, fazem muitos planos.
E dividem a merenda, tal como uma prenda que se dá nos anos.
E, num desses bons momentos, houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela: "Sabes Cinderela, eu gosto de ti..."
Carlos Paião: "Cinderela"
Dizem que não há Amor como o primeiro.
E como poderia haver?
Com o primeiro amor não havia "medos", nem receios de exposições.
"Damos" todo o amor que temos cá dentro,
guardado, sem medos... sem pensar e se...
O meu primeiro amor perguntou-me se queria namorar com ele. Mais tarde sonhou em casar comigo, sem medo de ser rídiculo... não tinha medo de sonhar com ele, de dizer o que sentia, era tudo tão natural...
14 anos depois...
Olhei ao longe e vi um rosto familiar, demasiado familiar, para não reconhecer... o meu estômago reconheceu-o... embrulhou-se...
Jantei lado a lado com ele.
Sem nenhum de nós esperar tal encontro...
foi no aniversário de uma amiga em comum.
A pessoa que melhor conheci cresceu e eu cresci também.
Eu sempre a tentar descobrir-lhe pontos que recordasse...
contínuamos tão iguais, com tantas diferenças...
gostei de o ver...
Inquisidor como sempre (isso não muda :)) a dada altura perguntou:
- namoras?
- bem... mais ou menos...
sorriu com o seu sorriso rasgado, que não o abandona...
- e tu? perguntei.
- namoro, sem mais ou menos. (risos)
- a namorada não veio?
- não nos andamos a entender muito bem...
- tou a ver...
- e ele, não está porquê?
desatei-me a rir e disse:
- porque nos andamos a entender muito bem!
imagem: images.com
14 novembro 2006
5 Manias... mais um desafio bloguista!
Em resposta ao desafio lançado pela minha amiga GK, vou então contar algumas das minhas manias...
"Cada bloguista participante tem de enunciar 5 manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher 5 outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue".
1. Não saio de casa sem os meus óculos escuros. Mesmo que esteja a chover. Acho sempre que me podem fazer falta.
2. Não suporto coisas redondas. Mesas, escadas de caracol, etc...
3. Uso sempre o mesmo perfume e quando tento variar, fico enjoada.
4. Tenho um problema com as almofadas... nenhuma substitui a minha! Levava sempre a minha almofada para todo o lado onde ía. Hoje não levo, mas sinto uma falta tremenda dela.
5. O meu pequeno almoço tem sempre de ser Pão com manteiga e leite com café. Se faltar a manteiga ou outro qualquer ingrediente, o dia já não me corre bem.
e agora pensando bem... até tenho outras manias... lol
Deixo a continuação do desafio as estes 5 meus amigos:
Imagem: Images.com
10 novembro 2006
Conversa de doidos
...
- Fiz umas costeletas fabulosas!
- Foi...?!!
- Sim! Queres ver?
(ele olha-nos e sai para a sala...)
- Fui ver o menino... mas... cortaste-lhe o cabelo?
- Não. Parece?
- Não.
(olhamos uma para a outra...)
- Como disseste que tinhas feito umas costeletas...
- Sim... costeletas... o que é que têm haver?
- Costeletas... (ele já todo baralhado, olhava-nos).
Então costeletas... mas não cortaste o cabelo ao menino?
- Não! mas o que é têm haver as costeletas com o cabelo?
Destapo o tacho e digo, Costeletas!!! Tás a ver?
- Ele primeiro fica a olhar...sorri e diz: Costeletas cá é isso?
ahahaha, lá é... e aponta-nos para as patilhas!
Desatámos as duas a rir à gargalhada...
mais um momento à Woddy Allen, dizia ela...
imagem: www.images.com
07 novembro 2006
Água temporal
Porque me lembraram...
Porque gosto...
"Os anos formam famílias,
que se empenham em compor o inteiro,
igual às gotas da chuva,
que caem uma a uma até se chamarem aguaceiro.
Gotas que lavam rugas,
que os anos não cessam de formar,
gotas que também sustentam os que continuam a atravessar.
Famílias de sete em sete,
que também ajudam a vencer,
se a vitória traz regozijo a derrota é para aprender.
As marcas acusam o tempo,
revelam os nossos segredos,
são guias mais que seguros que constroem e destroem os nossos medos.
Se um dia alguém recuar no tempo,
talvez seja o desalento para as gotas que vêm e vão o tempo inteiro,
sem nunca recuar o ponteiro.
Este que indica o tempo,
também aponte a vereda,
adornada com flores e seda,
caminho há tanto formado,
para um dia eu estar ao teu lado."
imagem: images.com
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